FBCA NO 2º SEMINÁRIO ESTADUAL DE AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA NA BAHIA: DIÁLOGOS DO BRASIL AGROECOLÓGICO

O debate promovido enalteceu a importância da integração das políticas públicas e perspectivas para efetivação da transição agroecológica

O FBCA marcou presença no 2° Seminário Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica na Bahia ocorrido nos dias 15 e 16 de dezembro, “Diálogos do Brasil Agroecológico”, evento articulado pelo governo do Estado da Bahia em parceria com o governo federal, ocorreu no Hotel Bahiamar no município de Salvador.

Durante o primeiro dia do evento (15), o Seminário expôs os desafios e possíveis soluções para a formulação e implantação de uma proposta viável do PEAPO (Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica) a fim de dar efetividade a recente lei estadual promulgada que institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica do Estado da Bahia, lei n. 14.564/2023.

O debate promovido enalteceu a importância da integração das políticas públicas e perspectivas para efetivação da transição agroecológica, focando na construção de programas de caráter transversal e dinâmico, a imprescindível articulação das políticas públicas estaduais e federais existentes no plano plurianual.

Nessa oportunidade, dada a alta relevância da matéria, a questão dos agrotóxicos e transgenia se fez presente nos debates, sendo suscitada a necessidade de monitoramento da qualidade da água e dos alimentos por meio de análise de resíduos, o fomento às feiras agroecológicas, maior rigor na fiscalização e controle do uso de agrotóxicos. Os vários nuances da AGROECOLOGIA foram amplamente discutidos pelos presentes.

Segundo a especialista em Agroecologia Flávia Barbosa (FBCA) “O evento foi importante por mostrar que o governo em sua totalidade tanto federal quanto estadual estão preocupados em ouvir quem trabalha com agroecologia ou quem deseja ter produções agroecológicas. Tanto instituições, como universidades e outros órgãos participaram, quanto organizações da sociedade civil. Tiveram algumas ongs, tiveram instituições como povos da mata que deram voz e tiveram possibilidades de descrever quais são os problemas que já enfrentam e o que esperam da ação do governo para uma política pública voltada para agroecologia desde legislações até políticas de inserção da agroecologia seja em escolas, em melhoramentos de feiras livres”.

“Isso é importante porque assegurar desde da base a saúde plena, porque não vai ser usado agroquímicos em nenhum estagio e vai garantir qualidade de vida para o homem do campo e para as pessoas que vão consumir esses produtos. Foi um evento muito proveitoso em especial por terem dado voz a população em geral, nos escutando no sentido de pensar juntos a política para cada região”, afirma Flávia Barbosa.

No sábado (16), ocorreu um carrossel de experiências onde formou-se grupos para visitar stands com apresentações de relatos de experiências nas práticas agroecológicas. A exemplo do stand mostrando o valor da água e a prática da cisterna para captação de água da chuva.

No stand das sementes crioulas foi abordado sobre ações promissoras com trocas de sementes e produção de flocão com selo de não transgenia, sendo o maior problema enfrentado o avanço do agronegócio e a crescente contaminação dos plantios por polens de milhos transgênicos. No stand da ASA sobre tecnologias sociais incluindo cisternas, barreiros, foi abordado sobre a necessidade de políticas públicas de acesso a água de qualidade e a convivência do semiárido.

No stand povos da mata foi exposto com a Rede de Agroecologia Povos da Mata articulam e promovem a transição agroecológica na Bahia. No stand do projeto Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS), foi discutido sobre as atividades agroecológicas ter enfoque em escola agrícola e a necessidade de projetos serem implantados em outras escolas, onde a produção atende a escola e o excedente pode ser comercializado.