Anvisa prorroga consulta pública sobre o agrotóxico glifosato. Reavaliação do produto já dura mais de 10 anos.

Prazo foi estendido por mais 30 dias. Anvisa defende manutenção da venda do herbicida por não apresentar “características mutagênicas e carcinogênicas”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou no dia 7 de junho a consulta pública da reavaliação toxicológica do herbicida glifosato por mais 30 dias. O prazo anterior para o envio de sugestões e críticas à manutenção da comercialização do agrotóxico no país havia terminado no dia 6 de junho.

O glifosato é o defensivo agrícola mais vendido no mundo. Somente no Brasil, são 110 os produtos comercializados à base do princípio ativo, de 29 empresas diferentes: foram 173 mil toneladas vendidas em 2017, três vezes mais do que o segundo agrotóxico mais comercializado, o 2,4-D.

A Anvisa faz reavaliação do glifosato desde 2008 e permite seu uso no Brasil. A agência afirma que avaliou 16 pareceres próprios e 3 externos e diz que a substância “não apresenta características mutagênicas e carcinogênicas”.

O herbicida é conhecido por eliminar plantas daninhas e é muito utilizado nas lavouras de grãos. Os agricultores afirmam que o uso do produto oferece ganhos de produtividade.

No entanto, diversas organizações e instituições governamentais como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dentre outras, apontam estudos e evidências científicas de que a substância é carcinogênica e capaz de gerar diversos outros problemas na saúde da população e no meio ambiente.

O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos – órgão de controle social coordenado pelo Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Federal tem se manifestado pelo cancelamento do registro do glifosato, considerando os estudos científicos feitos no Brasil e em outros países.

Para ter acesso a consulta pública clique aqui